Bactérias
Staphylococcus aureus resistente a meticilina (SARM)
As infecções bacterianas da pele são comuns na população em geral, sendo geralmente tratadas com antibióticos. Ocorre que, ao longo do tempo, as bactérias envolvidas podem adquirir resistência antibiótica, tornando os antibióticos gradualmente menos eficazes. Uma das bactérias resistentes que desperta preocupação mundialmente é a Staphylococcus aureus resistente a meticilina (SARM ou MRSA, na sigla em inglês), resultado de décadas de uso de antibióticos.
Nesse contexto, um estudo realizado na Universidade Centro-Sul, na China, investigou os efeitos bactericidas do tratamento tópico com óleo ozonizado contra a bactéria SARM, além de avaliar clinicamente o efeito do óleo em pacientes com infecção pela bactéria.
Para avaliar a eficácia antibiótica do óleo ozonizado, contou-se o número de colônias de bactérias presentes ao longo do tempo em placas com óleo ozonizado e em placas de controle (com óleo comum, sem efeito terapêutico). Quase100% das bactérias SARM foram mortas em 15 minutos pelo óleo ozonizado. A Figura 1 mostra uma comparação da morte das bactérias ao longo do tempo em placas com óleo ozonizado (abaixo) e óleo de controle (acima).
Figura 2: Efeito bactericida do óleo ozonizado (abaixo) e do óleo de controle (acima)
Na avaliação clínica participaram 2 pacientes, um com infecção por SARM na panturrilha, e outro com uma bolha na mão esquerda causada pela mesma bactéria. No primeiro caso, após 20 dias de tratamento com antibióticos sistêmicos sem melhora aparente, o paciente recebeu tratamento tópico com óleo ozonizado por dois meses. Em um mês, a área afetada reduziu-se em 70% e, ao final do segundo mês, a lesão havia se cicatrizado quase por completo. A Figura 2 mostra a lesão antes do tratamento (A), após limpeza inicial (B), após o primeiro mês de tratamento (C) e ao final do segundo mês de terapia com óleo ozonizado (D). Por meio de análises de amostras de tecido colhidas da lesão um mês após o início do tratamento, foi verificada a ausência da bactéria na lesão.
Figura 2: Evolução de lesão tratada com óleo ozonizado: A - antes do tratamento; B - após limpeza inicial; C - após o primeiro mês de tratamento; D - ao final do segundo mês
No segundo caso, houve cicatrização total da lesão em 12 dias com o mesmo tratamento.
Referências: Zeng Q, Xiang Y, et al. The antibacterial effect of topical ozone on the treatment of MRSA skin infection. Mol Med Rep. 2018;17:2449–2455.
Bacillus subtilis e Escherichia coli
Pesquisadores da Universidade Tecnológica de Lodz, na Polônia, avaliaram a concentração mínima de ozônio em óleo de girassol para a inibição da bactéria gram-positiva Bacillus subtilis e da gram-negativa Escherichia coli. No estudo foi utilizado o óleo de girassol, cujo índice de peróxidos – responsável pelo valor terapêutico do óleo ozonizado – é maior do que no azeite de oliva.
Segundo o estudo, a bactéria B. subtilis é mais sensível à ação do óleo ozonizado – seu crescimento foi inibido com concentrações de ozônio de 200 mg O3/g. Já a bactéria E. coli foi mais resistente – para sua destruição foi necessária uma dose de ozônio de 250 mg O3/g.
Um dado relevante do estudo é de que não há ação antimicrobiana em concentrações de ozônio inferiores a 200 mg O3/g, reforçando a importância da ozonização total do óleo.
Referências: Skalska K, Ledakowicz S, Perkowski J, Sencio B. Germicidal properties of ozonated sunflower oil. Ozone-Sci Eng. 2009;31:232–237.